domingo, 27 de maio de 2012

e sigo em frente (...)


  Pois meu rio tem as aguás turvas e sujas, com os deslizes que cometi na vida a fora. São os detritos, cada erro um lixo, uma coisa velha, um defeito, um pecado.
Tem as turbulências de quem vive sempre no máximo, tem o pavio curto, que se inrrita por tudo e  as vezes tambem por nada, e a calmaria de quem por vezes se vê no caminho certo, de quem se encontrou. Tem gosto ruim de quem vai contra as próprias vontades, em favor dos próprios príncipios (...) aqueles que troxe consigo ao longo do percurso desde a sua origem, pois sabe que ao contrário das vontades que passam, eles são por todo o caminho.
 O fundo do meu rio tem areia fofa, areia fina, de colo de mãe, de quem tem uma base, mas essa areia fofa as vezes é movediça, as bases que as vezes dizemos sólidas demais, nos engolem em mimos e na falta de forças pra suportar as pedras, poisé porque as vezes o fundo desse rio tem pedras, as que um dia temos que aprender a carregar, arrastar, empurrar, saltar;  Tambem tem lama e lodo dos meu dias de foça; os restos daquilo que não presta e que por vezes desguam em mim. Os restos meus, os restos dos outros.
 Tenho meus dias de cheia sabe, aqueles dias em que qualquer chuvinha me faz trasbordar; que se me chamarem de chata eu choro por uma semana; tenho dias de em que essa cheia causa estragos tambem em outros, levo o que tem pela frente e destruo coisas que levei anos pra construir em segundos de furia; Mas tenho meus dias de vazante; nos quais o vazio é tão grande quem nem a maior das tempestades me tira do eixo (...)
Não tenho um curso reto, faço curvas, dou voltas, desvio dos obstáculos que não posso transpor; Sou daquelas que tem muitos quilometros, inumeros caminhos desconhecidos, lugares intoctos, outros que todos conhecem, tenho meus trechos de cartão postal e aqueles que ninguem imagina a beleza. Tenho grutas e clarões, quedas e por vezes corredeiras. Tenho vontade própria.
Por vezes sou rasa, por horas profunda; mas por vezes tambem há quem se afogue no rasinho e sobrevivem nas minhas profundezas!
Sou como um rio, um rio procurando sua foz, procurando um oceâno onde desaguar; um rio que tem inumeros afluentes, que é usado como desaguem de outros rios, de outros riachos, e de muito esgoto tambem (...)
Sou como um rio, um rio que não para, não desiste, não se finda! Que continua apesar de qualquer obstáculo! 
E prefiro ser rio a ser qualquer outra coisa, mesmo com todos os contras (...)  Transpor obstáculos e moldar meu percurso alimentando o que está a minha volta é meu prol, e o que me motiva a ser sempre corrente! 

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