quinta-feira, 27 de setembro de 2012

...

Você sempre me diz que pra ser homem tem que se ter palavra;
Eu sempre te digo que não adianta ser homem se não for feliz.
Você me diz que ama a ela;
Eu te lembro que se amasse mesmo não estaria do meu lado.
Você insiste que temos que por um ponto final;
Eu por arte resolvo logo por reticências.
Você me deixa sair, mas antes me lembra que terminou;
Eu me vou e te garanto que vou mesmo ligar de novo se a saudade bater.
Você diz que é só por hoje e nunca mais, como um teste de consciência de um recuperado;
Eu te mostro que meu corpo é quente e meus lábios hábeis caso sintas frio ou carência.
Você se culpa por ser assim infiel;
Eu me transformo metamorficamente, por instinto, por fidelidade a ti.
Você me pede paz;
Eu te atormento, por prazer.
Você me pede calma e descrição;
Eu não ligo, não procuro, mais deixo mesmo claro que quando te quiser, é na hora.
Você a busca em mim;
Eu me busco em ti.
Você diz que não podemos estar juntos;
Eu te lembro que já estamos.
Você pede perdão a cada vez que me toca;
Eu agradeço, cada vez que te tenho.
Você insiste em dizer que é um pecado pra Deus o que estamos fazendo;
Eu te questiono se talvez não seja ele quem nos coloque ali, frente a frente, lado a lado.
Você evita me olhar nos olhos, evita meus beijos e afagos por alguns segundos de duvida;
Eu apelo pra isso quando te sinto longe do meu toque.
Você me nega, mas me procura.
Eu te aceito e sempre te convenço.
Você sempre quer desistir;
Eu sempre te faço voltar.
 Você é capaz de relatar toda sua vida, e enfatizar que já não posso mais fazer parte dela;
Eu fecho os olhos e sinto o tom da tua voz, e imagino que ela já não te tem mais, agora te dividimos.
Você jura que a ama, e que a quer;
Eu juro que te enganas, quando te sentes tão bem assim na minha cama.
Você me acarinha maliciosamente, pra minimizar a sensação de culpa;
Eu simplesmente te olho a sorrir te falando besteiras, como sempre.
Você me abraça como forma de me compensar por todo o resto que não tenho;
Eu me delicio com teu corpo, com teu cheiro, pelo curto espaço de tempo que te tenho.
Você dorme depois da tentativa frustrada de me negar, quando ainda me deseja;
Eu discretamente te observo a dormir, te mantendo na minha mente nas próximas noites, quando provavelmente você já não estará ali.
Você tenta se afastar do erro;
Eu tento apenas aquietar meu coração.
Você se despede;
Eu te espero voltar, porque sei que voltará.

Nenhum comentário:

Postar um comentário